Vinhos e Azeites da Mantiqueira

Mantiqueira Gourmet: vinhos e azeites premiados entre montanhas

Um guia para visitar vinícolas e olivais de São Bento do Sapucaí, Sapucaí‑Mirim, Gonçalves e Santo Antônio do Pinhal — com prêmios, dicas de harmonização e roteiro prático.

Entre vales e cumes, a Serra da Mantiqueira vem ganhando espaço no mapa mundial de azeites e vinhos de altitude. Clima frio à noite, solos drenados e produtores dedicados resultam em rótulos que colecionam prêmios internacionais — e experiências turísticas que combinam natureza, gastronomia e hospitalidade.

Tempo ideal para visitar: outono e primavera (clima ameno; atividades ao ar livre + vindimas e colheitas sazonais).

Por que a Mantiqueira funciona como terroir?

A altitude entre 1.200 e 1.900 metros, aliada a amplitudes térmicas acentuadas (dias quentes, noites frias), favorece a formação de aromas frescos e preservação de acidez — tanto em uvas quanto em azeitonas. Solos graníticos e boa drenagem evitam encharcamento e reduzem doenças fúngicas. Na prática, a Mantiqueira tem se mostrado ideal para:

  • Espumantes e brancos com acidez viva;
  • Tintos de média a alta concentração aromática (Syrah, Cabernet, Malbec);
  • Azeites extravirgens com perfil frutado e notas herbáceas.

Resultado: rótulos competitivos em concursos como Decanter, Descorchados, EVOOLEUM e Flos Olei — e um público em crescimento que busca experiências enogastronômicas de altitude.

Vinícolas — perfis detalhados

Villa Santa Maria — São Bento do Sapucaí (SP)

Altitude: variável (vales próximos ao Baú) • Estilo: enogastronomia integrada.

A Villa é um dos endereços mais completos da região: vinhedos, restaurante com menu autoral e uma bruschetteria que serve como ponto informal de degustação. O Brandina Sauvignon Blanc 2021 trouxe projeção internacional com a medalha de prata no Decanter Awards 2023.

O que fazer: almoço harmonizado, tour pelos vinhedos, degustação, participar de pequenas exposições de arte e comprar rótulos na loja.

Para os apreciadores, eles produzem um excelente hidromel.

Vinícola Essenza — Santo Antônio do Pinhal (SP)

Altitude: >1.200 m • Estilo: pequena produção combinada de vinho e azeite.

A Essenza é hoje referência local pela união entre vinhos artesanais e azeites de alta performance. Seu azeite Mantikir Summit Premium foi premiado no Evooleum (Madri) como melhor na categoria produção limitada; a casa acumula dezenas de premiações recentes.

O que fazer: almoço, degustação dupla (vinho + azeite), visita aos olivais, compra de rótulos e cursos rápidos sobre técnicas de extração e harmonização.

Entre‑Vilas — São Bento do Sapucaí (SP)

Altitude: ~1.600 m (Altiplano do Baú) • Estilo: gastronomia slow food + vinhos naturais.

Entre‑Vilas é um projeto que mistura produção própria de vinhos naturais, cultivo de frutas vermelhas e um restaurante que trabalha com menus degustação sazonais. O foco é a sustentabilidade e o diálogo constante entre cozinha e terra.

O que fazer: reservar menu degustação, acompanhar pequenas oficinas sobre cultivo e técnicas de cozinha de preservação, comprar pequenos lotes de vinho sazonais.

Observação: o almoço é um menu degustação e segue a linha slow-food, portanto, prepare-se para ficar um bom tempo por lá. Sugerimos consultar o menu antecipadamente via WhatsApp.

Raízes do Baú — São Bento do Sapucaí (SP)

Altitude: ~1.250 m • Estilo: vinhos boutique e espumantes.

Com vista direta para a Pedra do Baú, a Raízes do Baú explora a técnica da dupla poda — que concentra a maturação e permite a colheita em períodos de clima mais frio. Os rótulos priorizam expressão frutada com taninos polidos em tintos e acidez marcante em brancos e espumantes.

O que fazer: visita ao vinhedo, degustação vertical de safras recentes, piquenique no final da tarde e workshops de vinificação para grupos pequenos.

Prêmios / reconhecimento: membro da Rota dos Vinhos da Mantiqueira e destaque em guias regionais de enoturismo.

Vinícola Artesã — Gonçalves (MG)

Altitude: ~1.600 m • Estilo: vinhos de altitude com foco em Syrah e blends.

Instalada em Gonçalves, a Artesã produz rótulos que evidenciam frescor e concentração: o Íngreme Syrah 2021 e o Mar de Morros figuram entre os rótulos citados por críticos. A vinícola investe em enoturismo, com winebar e harmonizações com queijos locais.

O que fazer: tasting room, harmonizações com queijos da Canastra, compra de garrafas e visitas guiadas por agendamento.

Olivais & azeites — perfis e prêmios

Oliq — São Bento do Sapucaí (SP)

Olival, restaurante e design.

A Oliq combina olivicultura de altitude com uma proposta de arquitetura e restaurante integrado ao olival. Produz monovarietais e blends e promove degustações e almoço direto no local.

O que fazer: tour pelos olivais, almoço com azeite do dia, oficina de degustação para grupos.

Verolí — Sapucaí‑Mirim (MG)

Olival familiar em altitude.

Verolí é conhecida pelo cuidado no cultivo e pela produção de azeites monovarietais (Arbequina, Picual, Koroneiki). Seu destaque no guia Flos Olei (2025) consolidou a marca entre os produtores emergentes de alta qualidade.

O que fazer: almoço, degustação, visita ao olival e compra de produtos diretamente na propriedade.

Sabiá — Santo Antônio do Pinhal (SP)

O azeite que virou referência mundial.

Sabiá é o projeto que mais tem atraído atenção internacional: azeites com 97 pontos no Flos Olei (2025), premiações no EVOOLEUM e no Anatolian IOOC, além de mais de 80 prêmios acumulados. A propriedade oferece visitação, degustações e venda direta de rótulos premium.

O que fazer: visita guiada, degustação vertical (comparação entre safras) e reserva de rótulos limitados. Possui um pequeno bistrô no local.

Experiências & harmonizações

As combinações clássicas que funcionam na Mantiqueira incluem:

  • Syrah de altitude (Artesã, Raízes do Baú) + cordeiro ou carnes de caça na brasa;
  • Sauvignon/Chardonnay (Villa Santa Maria) + pratos com ervas, truta e queijos frescos;
  • Azeite Sabiá ou Mantikir (Essenza) + polenta cremosa, queijos e finalização de pratos à base de cogumelos;
  • Azeite Verolí + pães artesanais e saladas de folhas amargas com frutas cítricas.

Dica do sommelier: peça sempre a degustação guiada — muitos azeites apresentam notas delicadas (frutas verdes, amêndoas, banana) que se perdem se degustados sem orientação.

O que levar

  • Jaqueta corta‑vento para noites frias;
  • Calçados para trilha leve;
  • Dinheiro/Cartão e sacolas para compras locais.

Um mapa do passeio pode ser visto aqui.

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