Vinhos e Azeites da Mantiqueira

Mantiqueira Gourmet: vinhos e azeites premiados entre montanhas

Um guia para visitar vinícolas e olivais de São Bento do Sapucaí, Sapucaí‑Mirim, Gonçalves e Santo Antônio do Pinhal — com prêmios, dicas de harmonização e roteiro prático.

Entre vales e cumes, a Serra da Mantiqueira vem ganhando espaço no mapa mundial de azeites e vinhos de altitude. Clima frio à noite, solos drenados e produtores dedicados resultam em rótulos que colecionam prêmios internacionais — e experiências turísticas que combinam natureza, gastronomia e hospitalidade.

Tempo ideal para visitar: outono e primavera (clima ameno; atividades ao ar livre + vindimas e colheitas sazonais).

Por que a Mantiqueira funciona como terroir?

A altitude entre 1.200 e 1.900 metros, aliada a amplitudes térmicas acentuadas (dias quentes, noites frias), favorece a formação de aromas frescos e preservação de acidez — tanto em uvas quanto em azeitonas. Solos graníticos e boa drenagem evitam encharcamento e reduzem doenças fúngicas. Na prática, a Mantiqueira tem se mostrado ideal para:

  • Espumantes e brancos com acidez viva;
  • Tintos de média a alta concentração aromática (Syrah, Cabernet, Malbec);
  • Azeites extravirgens com perfil frutado e notas herbáceas.

Resultado: rótulos competitivos em concursos como Decanter, Descorchados, EVOOLEUM e Flos Olei — e um público em crescimento que busca experiências enogastronômicas de altitude.

Vinícolas — perfis detalhados

Villa Santa Maria — São Bento do Sapucaí (SP)

Altitude: variável (vales próximos ao Baú) • Estilo: enogastronomia integrada.

A Villa é um dos endereços mais completos da região: vinhedos, restaurante com menu autoral e uma bruschetteria que serve como ponto informal de degustação. O Brandina Sauvignon Blanc 2021 trouxe projeção internacional com a medalha de prata no Decanter Awards 2023.

O que fazer: almoço harmonizado, tour pelos vinhedos, degustação, participar de pequenas exposições de arte e comprar rótulos na loja.

Para os apreciadores, eles produzem um excelente hidromel.

Vinícola Essenza — Santo Antônio do Pinhal (SP)

Altitude: >1.200 m • Estilo: pequena produção combinada de vinho e azeite.

A Essenza é hoje referência local pela união entre vinhos artesanais e azeites de alta performance. Seu azeite Mantikir Summit Premium foi premiado no Evooleum (Madri) como melhor na categoria produção limitada; a casa acumula dezenas de premiações recentes.

O que fazer: almoço, degustação dupla (vinho + azeite), visita aos olivais, compra de rótulos e cursos rápidos sobre técnicas de extração e harmonização.

Entre‑Vilas — São Bento do Sapucaí (SP)

Altitude: ~1.600 m (Altiplano do Baú) • Estilo: gastronomia slow food + vinhos naturais.

Entre‑Vilas é um projeto que mistura produção própria de vinhos naturais, cultivo de frutas vermelhas e um restaurante que trabalha com menus degustação sazonais. O foco é a sustentabilidade e o diálogo constante entre cozinha e terra.

O que fazer: reservar menu degustação, acompanhar pequenas oficinas sobre cultivo e técnicas de cozinha de preservação, comprar pequenos lotes de vinho sazonais.

Observação: o almoço é um menu degustação e segue a linha slow-food, portanto, prepare-se para ficar um bom tempo por lá. Sugerimos consultar o menu antecipadamente via WhatsApp.

Raízes do Baú — São Bento do Sapucaí (SP)

Altitude: ~1.250 m • Estilo: vinhos boutique e espumantes.

Com vista direta para a Pedra do Baú, a Raízes do Baú explora a técnica da dupla poda — que concentra a maturação e permite a colheita em períodos de clima mais frio. Os rótulos priorizam expressão frutada com taninos polidos em tintos e acidez marcante em brancos e espumantes.

O que fazer: visita ao vinhedo, degustação vertical de safras recentes, piquenique no final da tarde e workshops de vinificação para grupos pequenos.

Prêmios / reconhecimento: membro da Rota dos Vinhos da Mantiqueira e destaque em guias regionais de enoturismo.

Vinícola Artesã — Gonçalves (MG)

Altitude: ~1.600 m • Estilo: vinhos de altitude com foco em Syrah e blends.

Instalada em Gonçalves, a Artesã produz rótulos que evidenciam frescor e concentração: o Íngreme Syrah 2021 e o Mar de Morros figuram entre os rótulos citados por críticos. A vinícola investe em enoturismo, com winebar e harmonizações com queijos locais.

O que fazer: tasting room, harmonizações com queijos da Canastra, compra de garrafas e visitas guiadas por agendamento.

Olivais & azeites — perfis e prêmios

Oliq — São Bento do Sapucaí (SP)

Olival, restaurante e design.

A Oliq combina olivicultura de altitude com uma proposta de arquitetura e restaurante integrado ao olival. Produz monovarietais e blends e promove degustações e almoço direto no local.

O que fazer: tour pelos olivais, almoço com azeite do dia, oficina de degustação para grupos.

Verolí — Sapucaí‑Mirim (MG)

Olival familiar em altitude.

Verolí é conhecida pelo cuidado no cultivo e pela produção de azeites monovarietais (Arbequina, Picual, Koroneiki). Seu destaque no guia Flos Olei (2025) consolidou a marca entre os produtores emergentes de alta qualidade.

O que fazer: almoço, degustação, visita ao olival e compra de produtos diretamente na propriedade.

Sabiá — Santo Antônio do Pinhal (SP)

O azeite que virou referência mundial.

Sabiá é o projeto que mais tem atraído atenção internacional: azeites com 97 pontos no Flos Olei (2025), premiações no EVOOLEUM e no Anatolian IOOC, além de mais de 80 prêmios acumulados. A propriedade oferece visitação, degustações e venda direta de rótulos premium.

O que fazer: visita guiada, degustação vertical (comparação entre safras) e reserva de rótulos limitados. Possui um pequeno bistrô no local.

Experiências & harmonizações

As combinações clássicas que funcionam na Mantiqueira incluem:

  • Syrah de altitude (Artesã, Raízes do Baú) + cordeiro ou carnes de caça na brasa;
  • Sauvignon/Chardonnay (Villa Santa Maria) + pratos com ervas, truta e queijos frescos;
  • Azeite Sabiá ou Mantikir (Essenza) + polenta cremosa, queijos e finalização de pratos à base de cogumelos;
  • Azeite Verolí + pães artesanais e saladas de folhas amargas com frutas cítricas.

Dica do sommelier: peça sempre a degustação guiada — muitos azeites apresentam notas delicadas (frutas verdes, amêndoas, banana) que se perdem se degustados sem orientação.

O que levar

  • Jaqueta corta‑vento para noites frias;
  • Calçados para trilha leve;
  • Dinheiro/Cartão e sacolas para compras locais.

Um mapa do passeio pode ser visto aqui.

O Nome da Pousada

O nome da pousada escolhido inicialmente seria outro. Porém, ao entramos com o pedido de registro do nome no INPI, o mesmo foi negado e descobrimos que existia um hotel na serra gaúcha com um nome parecido.

Durante o período de construção, visitávamos diariamente a propriedade para acompanhar a obra e garantir que nenhuma surpresa atrasaria (demais) a entrega da construção. Nesse período, passamos a observar então a enorme presença de pássaros no local. Diversas espécies, diferentes cores e em quantidades variadas e fazendo uma festa no final de tarde.

Então um novo nome

Muitos anos antes, nosso interesse em ter uma Pousada na Serra da Mantiqueira começou em Visconde de Mauá, no Estado do Rio de Janeiro. Frequentávamos assiduamente o local e nos hospedávamos na pousada Jardins do Passaredo de nossos amigos Marcelo e Cândido. Em nossa primeira vez na pousada deles, o Marcelo nos apresentou à joias da música entre os quais estavam Pat Metheny, Alex de Grassi e Toninho Horta. Este último um mineiro que fez parte do clube da esquina e fez canções como Manoel, o Audaz e Diana. Tínhamos todos os CDs deles e de vários outros no mesmo gênero musical. Os pássaros presentes no local, juntamente pelo apreço pelo imenso talento do artista nos deu então o novo nome da pousada.

O nome dos chalés

Alguns dos pássaros que frequentam a propriedade nomearam os chalés.

Após a escolha dos nomes, cada um dos chalés recebeu o trabalho de Juliana Chagas que faz um excelente trabalho de registrar os pássaros da região.

Uma boa parte dos pássaros constrói seus ninhos dentro da propriedade, seja em buracos nos troncos, dentro das cercas vivas, na folhagem das árvores ou na araucária que fica em frente da nossa sede. Todos os anos temos a felicidade e o prazer especial de receber a visita de curicacas que cuidadosamente escolhem o melhor galho da araucária e constroem seu ninho. Podemos acompanhar desde a escolha dos melhores materiais até o nascimento e primeiros voos dos filhotes.

e muitas outras espécies são vistas pela propriedade. Algumas permanentes e outras migratórias.

Se você tiver interesse, há guias locais especializados no assunto disponíveis para atendê-los na atividade de birdwatching, que cresce cada vez mais em todo o mundo.

Segue uma matéria mais detalhada sobre a experiência em nossa pousada assim como uma lista de algumas das espécies identificadas na propriedade.

Passeios em São Bento do Sapucaí

Aos que gostam de passar o dia em visitas pela cidade, temos algumas dicas a seguir:

Museus e Pontos de Interesse

A cidade dispõe dos seguinte museus:

  • Museu da Viola
  • Museu do Carro de Boi
  • Museu do Zé Pereira
  • Museu do Cinema
  • Museu da Revolução de 1932
  • MuMan – Museu Virtual da Mantiqueira
  • Acervo Miguel Reale
  • Acervo Eugênia Sereno

A Igreja matriz também é um ponto turístico, assim como as 3 capelas de mosaico da cidade.

Cachoeiras

A Cachoeira do Tobogã fica próxima à pousada, porém a cidade ainda possui as Cachoeiras do Toldi, do Cassununga e a dos Amores. As cidades do entorno também possuem outras cachoeiras, como a Cachoeira dos Henriques em Paraisópolis.

Monumentos Geológicos

As Pedras do Baú, Bauzinho, Ana Chata, e da Balança são alguns pontos turísticos importantes que podem ser visitados na cidade. Caso deseje, a pousada pode indicar guias para a visitação destes pontos turísticos.

Pedras do Bauzinho, Baú e Ana Chata
Pedra da Balança

Mirantes

Os Mirantes do Serrano, do Vale (na Pedra do Baú) e do Cruzeiro, entre outros locais, oferecem vistas excepcionais da cidade e da Serra da Mantiqueira.

Artesanato

São Bento do Sapucaí está repleta de artesãos habilidosos que produzem artesanato de bom gosto, sendo alguns destaques os seguintes:

Em Gonçalves também há excelentes artesãos como a Cynthia Gavião (Atelier Papegilla) e a Rebeca Guerberoff, ambas com lojas no centro da cidade.

Escultura do Corredor da Indomit de Ditinho Joana
Corredor com seus detalhes na visão de Ditinho Joana

A pousada está situada em uma estrada secundária, muito tranquila e agradável, que leva à cidade de Gonçalves, em Minas Gerais. Essa estrada pode ser percorrida de carro ou usada como trajeto de treino por ciclistas e corredores de trilha.

O ponto forte de São Bento do Sapucaí é a beleza natural que pode ser apreciada ao simplesmente contemplar o horizonte.

Pedra do Baú
Pedra do Baú

Estamos sempre pedindo feedback dos clientes para recomendar lugares que ofereçam boa comida e bom atendimento.

Esportes em São Bento do Sapucaí

São Bento do Sapucaí é privilegiada pela natureza e pelo relevo que a cercam, o que torna a cidade apropriada para a prática de esportes ao ar livre. Entre os esportes que mais se destacam estão os seguintes:

Corridas de Trilha

São Bento do Sapucaí tem várias trilhas para treino e é sede de algumas provas importantes de corrida de montanha no Brasil. Essas trilhas oferecem percursos incríveis com diferentes níveis de dificuldade técnica.

Destaca-se a Indomit Pedra do Baú, que foi eleita a melhor prova de corrida de montanha do Brasil pela Revista Trail Running BR em 2020. A Indomit Pedra do Baú tem modalidades que vão de 6 km a 100 km. As modalidades de 80 km, 50 km e 35 km da Indomit Pedra do Baú – Ultra Trail estão na lista das provas que pontuam para a ITRA, o que dá pontos para a UTMB. Atletas importantes do cenário nacional participam dessa prova.

Outras corridas muito bem organizadas incluem a Volta do Cruzeiro e o Desafio Pedra do Baú.

Medalha de Finisher da Indomit
Medalha de Finisher da Indomit

Ciclismo e Mountain Bike

Assim como a corrida de trilha, São Bento do Sapucaí oferece trilhas com subidas desafiadoras, single tracks inesquecíveis e descidas técnicas e velozes, sempre com paisagens de tirar o fôlego e vigiados pela presença imponente da Pedra do Baú.

Em 2018, São Bento sediou a KMTB com dois percursos épicos de 35 quilômetros com 1.531m de altimetria acumulada (subidas), e 55k com 2.400m de altimetria.

A prova da L’Etape Brasil com partida e chegada em Campos do Jordão também tem parte do percurso em São Bento do Sapucaí.

Escalada

Além dos principais pontos turísticos de São Bento do Sapucaí, como a Pedra do Baú e a Ana Chata, a cidade tem muitas montanhas e rochas desafiadoras, o que atrai muitas pessoas que apreciam a escalada.

A cidade conta com um “Campo Escola”, onde tanto quem está começando quanto quem já tem experiência pode aprender ou praticar escalada com a ajuda de instrutores locais. Eles têm todos os equipamentos de segurança necessários. Por isso, São Bento é um lugar importante para quem curte escalar, com várias áreas para diferentes tipos de escalada.

Em 2019, São Bento do Sapucaí sediou o Campeonato Brasileiro de Escalada em Boulder para jovens, e também estava programado para acontecer em 2020, mas foi cancelado por causa da pandemia de COVID-19.

Se você quiser escalar, a pousada pode te ajudar a encontrar guias e instrutores, mas é bom pedir com antecedência. Você também pode contratar empresas de turismo da cidade, como o Baú Ecoturismo, para te ajudar.

Outros

São Bento do Sapucaí oferece ainda opções para a prática de outros esportes de aventura como: pára-quedismo, paragliding, rapel, trekking, voo-livre, entre outros.

Gastronomia em São Bento do Sapucaí

São Bento do Sapucaí e suas redondezas conta com um crescente número de restaurantes acolhedores e com um cardápio variado.

Durante a sua estada na cidade, estes são alguns restaurantes que tivemos a oportunidade de experimentar e/ou que recebemos um feedback positivo por parte dos hóspedes:

Restaurante OLIQ 

Possui um olival e um lagar que podem ser visitados com guia. Além disso, há um restaurante muito elogiado pelos hóspedes, que oferece um cardápio sazonal e criativo. Também há uma ampla seleção de bebidas para acompanhar as refeições. O Restaurante Oliq funciona de quinta a segunda-feira, das 10h às 17h, para drinks e petiscos.

O almoço é servido aos sábados, domingos e feriados, a partir das 12h.

Reservas antecipadas (e recomendadas) podem ser feitas pelo Whatsapp (35)99988-9926.

Cervejaria Zalaz

A Zalaz está situada em uma fazenda em Paraisópolis – MG. Lá, eles produzem ótimas cervejas usando ingredientes da própria fazenda, sendo alguns rótulos sazonais. Além disso, eles vendem uma variedade de produtos, como café, granola, cachaça, hidromel e outros itens feitos na fazenda. A Zalaz também tem um restaurante incrível, onde você pode saborear produtos locais e sazonais junto com suas cervejas e cachaças. Reservas através do WhatsApp (11) 98404-7855

Vinícola Villa Santa Maria

Possui uma parreiral e pode-se fazer uma visita guiada, degustar e comprar os vinhos produzidos na propriedade, entre outros produtos regionais da região da mantiqueira. É também onde fica localizado o restaurante Bruschetteria da Villa.

Atendimento de quinta a domingo das 11h às 17h.

Reservas antecipadas (e recomendadas) podem ser feitas pelo Whatsapp (12)99649-2728.

Restaurante Entre Vilas

Esta propriedade tem uma pequena vinícola artesanal e vende mudas de frutas de clima temperado, como framboesas, amoras e mirtilos, além das próprias frutas. Também oferece mudas de outras espécies como wasabi e lúpulo. Uma novidade recente do local são as trufas colhidas na propriedade. Está localizada perto de Campos do Jordão e o restaurante oferece um menu degustação de seis pratos, com algumas opções, seguindo a filosofia do slow food. O preço é fixo por pessoa.

Reservas antecipadas (e recomendadas) podem ser feitas pelo Whatsapp (12)99745-9897.

Terras de Monã Restaurante e Charcutaria

Produz itens como charcutaria, azeite, cachaça, entre outros. Possui um restaurante com cardápio a la carte cuja especialidade é a carne de porco de sua criação, onde parte da dieta inclui as famosas “bolotas” que são as frutas do carvalho.

Reservas antecipadas (e recomendadas) podem ser feitas pelo Whatsapp (12) 98152-4066.

Casa Restaurante & Café

Fica localizado em um casarão histórico no centro de São Bento de Sapucaí e é uma ótima opção para o almoço e jantar. Possui um ambiente amplo, moderno e acolhedor, além da disponibilidade de um ambiente externo e um bar para os que gostam de apreciar alguns drinques. Possui opções vegetarianas e veganas.

Reservas antecipadas (e recomendadas) podem ser feitas pelo Whatsapp (12) 99645-0502.

Outros

Na cidade de Gonçalves, em Minas Gerais, você encontrará a Cervejaria 3 Orelhas. Lá, há uma grande variedade de cervejas disponíveis, e uma área espaçosa para degustar cervejas e petiscos.

Além disso, há muitas outras opções em São Bento do Sapucaí e Gonçalves para agradar a diferentes gostos. Em Santo Antônio do Pinhal, o Donna Pinha é uma boa opção para quem está chegando ou saindo próximo à hora do almoço.

A região também é conhecida por seus produtos artesanais, como queijos de búfala, queijos de ovelha e geléias artesanais. Um local onde pode-se encontrar uma variedade de produtos para degustar no final da tarde e à noite é o Empório Caminhos dos Queijos aberto recentemente na cidade, mas que conta com boas opções de queijos artesanais, geléias e outras guloseimas.

Farinha, Farina, Farine, Flour…

The Bread
O interesse pelos pães de fermentação natural começou no final da década de 90, quando eu entrei para uma empresa com sede em San Francisco, na Califórnia (a antiga sede da empresa aparece no filme O Homem Bicentenário). Nas viagens que eu fazia para treinamento e reuniões de equipe, tive contato com o que alguns americanos chamavam de “pães de verdade”, que na verdade são os pães sem conservantes produzidas pelo processo de fermentação natural. A receita não poderia ser mais simples: farinha, água, sal e o starter, que é o fermento natural. A sua durabilidade é menor que os pães industrializados devido à ausência de conservantes mas o produto final apresenta características únicas como uma casca mais grossa e crocante e, dependendo do starter, um leve sabor ácido/azedo.
Apesar de ter ido algumas vezes ao SFBI (San Francisco Bakery Institute) para visitar e comprar acessórios, nunca fiz um treinamento formal lá. Hoje já existe uma filial brasileira em Curitiba para os interessados.
Para chegar aos pães que produzimos hoje na pousada, foram muitos quilos de farinha e muitas horas de aprendizado autodidata nos últimos 25 anos, além de muitos livros sobre o assunto. Hoje o nosso pão é produzido com um blend específico de farinhas, visando favorecer sabor e força, aproximadamente 80% de hidratação e o nosso starter é originário de San Francisco. Hoje também contamos com equipamentos que facilitam a obtenção de um resultado mais consistente, mas também já fiz muito pão no forno convencional.

Les Croissants
Os croissants começaram a cerca de uma década depois dos pães lendo o livro do Olivier Anquier, Pães de França.
As primeiras tentativas foram boas, porém o resultado atual é completamente diferente das primeiras tentativas, assim como a receita. Utilizamos um blend de farinhas que dá uma textura e sabor específicos, utilizamos uma quantidade menor de manteiga na laminação, e gastamos de 48 a 72h para finalizarmos a laminação e modelagem dos croissants. Foram feitas muitas adaptações no processo devido à falta de uma laminadora, que ocuparia um espaço imenso.

Os croissants são assados para sair do forno às 8:30h, que é o horário de início do serviço de café da manhã. Pelos elogios que recebemos, acreditamos que o resultado obtido é realmente muito bom.

La Pizza
Quando abrimos a pousada, e por cerca de dois anos, também operamos uma pizzaria em nosso salão. Naturalmente ainda temos um grande e lindo forno a lenha e em ocasiões muito especiais ainda acendemos o fogo em seu interior.

Optamos por fazer e servir uma pizza estilo napolitana, pois foi o estilo que nos mostrou que pizza é algo diferente daquele disco de massa pesada com gordura de queijo pingando. Utilizamos um blend de farinhas italianas num processo de longa fermentação onde começávamos o preparo da massa na quarta-feira para assarmos no final de semana.

Sempre tivemos um cardápio enxuto onde buscávamos ingredientes da melhor qualidade que conseguíamos na região. Para conseguir fazer uma fermentação por um tempo tão longo é preciso que o blend tenha força suficiente para suportar o tempo de fermentação e maturação da massa.

Eventualmente testamos outras receitas mas de forma bastante limitada: pain au chocolate, danish roll, shokupan, pizza estilo romana, schiacciata, etc.

pain au chocolat com chocolate belga


O Desafio de Construir – Parte 1

Depois de décadas no mundo corporativo, tivemos certa dificuldade para começar a construir. Profissionalmente, passei por praticamente todas as áreas relacionadas com TI, tendo trabalhado em desenvolvimento, suporte, consultoria e vendas, sendo sempre em grandes empresas e em multinacionais.  Praticamente todas as atividades eram baseadas em metodologias que tentavam assegurar que nada seria esquecido e que todos os riscos seriam devidamente quantificados e endereçados. Havia também sempre uma gerência de projeto bastante rigorosa para evitar que as coisas saíssem dos eixos. Hoje vejo que isso se aplica facilmente quando se fala sobre construção. Metodologias como MoSCoW list e priorização de projetos fazem total sentido e facilitam enormemente o processo de decisão.

Quando decidimos mudar de vida, seria também a oportunidade de construir o nosso sonho. Começamos então a buscar profissionais da área de construção para buscar orientação, tais como engenheiros, arquitetos e afins. Olhando para trás, vejo que nenhum profissional procurado inicialmente foi capaz de nos dar uma orientação adequada do que nos esperava. As perguntas que tinhamos eram relativamente simples: Quanto vai custar? Quanto tempo vai levar? O que vai ser preciso? NINGUÉM conseguiu nos responder e, principalmente, conseguiu nos explicar o porque da resposta ser difícil, ou seja, ninguém nos deu uma visão de projeto.

Vou tentar resumir aqui o processo de forma macro para tentar detalhar depois em outro post.

  • Escolha o terreno – Gastamos muito tempo para definir onde nos estabeleceríamos e não somente o local geográfico é importante mas algumas características do terreno, entre os quais posso citar: vista, área útil (pode ser que o município estabeleça uma área mínima dependendo do local), área do terreno “construível” (já ouvimos falar de terrenos comprados onde não se podia construir devido à inclinação, proximidade de cursos ou fontes de água, etc), disponibilidade de água, disponibilidade de energia, disponibilidade de comunicação (telefonia e internet). Este assunto é extenso, mas que pode inviabilizar o seu plano.
  • Defina o que você irá fazer no terreno – É preciso que você tenha ideia do que você pretende fazer. Mesmo que você não esteja 100% seguro, precisa ter algumas opções em mente. Com isso você irá requerer na prefeitura uma Certidão de Uso do Solo, que irá atestar que você pode fazer o que pretende no seu terreno.
  • Saiba o que será necessário – Procuramos diversos profissionais para construir nossa pousada e os preços para projeto variavam cerca de 1000% entre eles e eu não conseguia entender pois ninguém explicava. 
  1. O custo final da construção irá basicamente depender da área construída e do tipo de acabamento desejado. O que ninguém te explica é quais projetos você precisa pois em termos técnicos você pode precisar de um projeto arquitetônico, um projeto hidráulico, um projeto elétrico, um projeto paisagístico, um projeto de redes, e eventualmente algum outro. Quando o profissional nos passava um preço, não nos dizia o que estava incluído e só descobríamos que necessitávamos de outros projetos quando começávamos a questionar. O preço de “projeto” que te passam no início pode estar completamente errado por não contemplar os diversos tipos de projeto que mencionei. Nem todos são necessários, mas acho que é dever do profissional que faz o primeiro atendimento dar uma visão geral sobre o processo e sobre o que pode vir a ser necessário. O ideal é buscar um profissional ou escritório que se encarregue de todos os projetos necessários para que você não tenha que ficar se preocupando com a compatibilização entre os diferentes tipos de projetos. Não esqueça da infraestrutura do terreno (postes, acesso, etc.).Estude sobre o assunto construção. Informação é poder e quanto mais você souber, melhor será seu poder de negociação sobre a construção e sobre as escolhas para atender ao que você deseja.
  2. Escolha um bom profissional para construir, peça múltiplas referências e visite diversas obras. Converse com os proprietários sem a presença do profissional. Escolha um terceiro profissional para verificar/conferir a obra. Algo que parece estar com problemas merece o olhar de um terceiro. Verifique se ele possui experiência no tipo de material que você gostaria de utilizar.
  3. Escolha um modelo de contratação de mão-de-obra adequado, elabore um bom contrato com um cronograma de projeto, e com penalidades a serem aplicadas em caso de descumprimento. Evite pagar “por semana de trabalho” ou o seu budget irá acabar e sua obra não.

Cada um destes itens abrange uma quantidade enorme de tópicos e espero poder detalhá-los futuramente.

Calor no Frio da Serra

Uma das principais preocupações que tivemos ao projetarmos os nossos chalés foi quanto ao uso de materiais adequados ao local para atender às necessidades que nós julgávamos importantes. Claramente tínhamos em mente o que nós queríamos. Acho importante frisar isto pois durante a busca por profissionais na região ouvimos mais de uma vez frases como: “aqui é feito desse jeito”, “para que isso?”, “não precisa disso aqui”.

Estamos na Serra da Mantiqueira, sendo portanto uma região de clima ameno onde pode-se curtir o frio nos meses de outono e inverno. Notem que eu disse curtir o frio e não passar frio. O conforto térmico teve portanto uma atenção especial e tomamos diversas medidas visando o bem estar e a segurança de nossos hóspedes. Listarei a seguir algumas das medidas que adotamos, em termos construtivos, e os convido a pensarem nos benefícios que elas significam:

  • Construir os chalés suspensos do solo, pois isso trazia uma menor necessidade de intervenção no terreno (praticamente zero) e menos umidade nos chalés proveniente do solo;
  • Utilizar a laje com poliestireno expandido. É um material leve, resistente, que não se deteriora e um excelente isolante térmico;
  • Construir as paredes com tijolo cerâmico vazado. Necessita de colunas de concreto porém possui uma menor transmissão térmica, ou seja, possui melhor isolamento térmico do que os blocos de tijolos maciços ou os blocos de cimento tipicamente utilizados na região, sendo mais adequado aos locais com grande variação de temperatura. Os blocos maciços também deixariam o ambiente mais escuro;
  • Adicionamos um isolamento térmico de lã de vidro às paredes internas junto com um revestimento de drywall;
  • Os telhados possuem um “colchão de ar” (ótimo isolante térmico) juntamente com material refletivo sob as telhas, que são do tipo shingle (altamente padronizado e resistente);
  • A “grande janela” que dá vista para as montanhas é feita com esquadria de PVC. Este tipo de esquadria é muito utilizada principalmente na Europa, de onde são originários a maioria dos fornecedores deste material no Brasil, devido à excelente vedação que ela provê, além da grande resistência devido aos perfis de aço que possuem internamente. Dificilmente você verá uma esquadria deste tipo sacudindo ou fazendo barulho com o vento. Um bônus é que elas também são de fácil abertura e fechamento, diferente das esquadrias de madeira normalmente utilizados nos chalés tradicionais.

Isso tudo permite que a diferença de temperatura interna e externa chegue a até 8 oC, mostrando que as decisões tomadas foram corretas. Além do excelente isolamento térmico, há o bônus de um ótimo isolamento acústico que favorece o sono tranquilo de nossos visitantes.

Além disso, alguns itens dentro dos chalés foram cuidadosamente pensados da mesma forma:

Calefator de Dupla Combustão – foram colocados nos chalés ao invés de uma lareira tradicional pelas seguintes razões:

  • Maior eficiência – enquanto uma lareira tradicional possui uma eficiência de aquecimento em torno de 10-30% (a maior parte do calor vai embora pela chaminé), um calefator como os utilizados em nossos chalés possui a eficiência maior que 80%, ou seja, aquece mais com menos queima de combustível. Como aproveita melhor o combustível, utiliza menos lenha para você não ter que ficar levantando o tempo todo para reabastecimento. Por esta razão é também mais ecológico e sustentável;
  • Mais seguro – pois possui com uma porta de vidro cerâmico, que deve ser mantida fechada, e que evita que fagulhas saltem podendo provocam algum acidente;
  • Menor risco de intoxicação – a porta fechada também evita a emissão de monóxido de carbono para dentro do cômodo, que pode ser letal em grandes quantidades, e outros gases resultantes da queima da lenha. Como medida adicional de segurança existem grelhas de exaustão para que gases mais leves, como o monóxido de carbono, sejam levados para fora do chalé;
  • Mantém a visibilidade das chamas que trazem uma sensação de aconchego.

Outras Itens para Conforto no Frio:

  • Toalheiro Aquecido – permite que as toalhas sejam aquecidas e secas para cada uso. Nossos toalheiros ainda são controlados eletronicamente por um sistema de automação que os desliga após algumas horas de ativação;
  • Aquecedores de Água a Gás – são aquecedores também com controle eletrônico e são instalados do lado de fora dos chalés, devidamente protegidos contra intempéries, para mitigar possíveis problemas decorrentes dos gases expelidos por tais dispositivos;
  • A planta hidráulica foi pensada de forma a ter uma rápida disponibilidade de água quente em caso de uso. Todas as torneiras dentro dos chalés dispõe de água quente, sendo que o chuveiro e a pia usam monocomando para facilitar o ajuste de temperatura (já foi em uma pousada onde teve que gastar um bom tempo para ajustar a temperatura da água?);
  • Água pressurizada para que o banho seja bem agradável;
  • Disponibilizamos ainda, principalmente nos meses mais frios, uma boa quantidade de cobertores e edredons de excelente qualidade e confortáveis para nossos hóspedes;
  • Cafeteira Nespresso para aquele café quentinho;
  • Chaleira elétrica para aquele chá com ervas de nossa propriedade;

Acredito que boa parte das características listadas acima sejam bastante incomuns em outros locais de hospedagem mas o que nós buscamos foi tentar oferecer o que nós gostaríamos de encontrar nos locais que frequentamos.

Quer curtir o frio sem passar aperto? Venha se hospedar conosco!

A Busca Pelo Lugar

Como já mencionei anteriormente, nosso interesse pela Serra da Mantiqueira começou há muito tempo, ainda no tempo de faculdade. Na verdade o nosso interesse sempre foi pelas montanhas. Apesar de morar há poucos minutos da praia durante nossas vidas, não conseguíamos apreciar a atividade de virar “bife à milanesa” durante todo um dia de sol, como muitos de nossos amigos gostavam de fazer.

Durante a época da faculdade, tínhamos um grupo de amigos que viajava frequentemente para Lumiar no RJ. Na época era um vilarejo bem simples que frequentamos por muitos anos e onde colecionamos muitas histórias. Frequentávamos o lugar praticamente todos os finais de semana, seja em pousadas simples (muito simples, que era o que nossos bolsos permitiam) ou em casas alugadas. Um dos points na época era o bar do Geninho, onde jogávamos sinuca e comíamos hamburgers. Como muitas coisas na vida, cada um tomou um rumo diferente na vida e os interesses também foram mudando. 

Para nós dois o novo interesse passou a ser Visconde de Mauá. Destino hippie no passado, era um lugar com um charme especial. Composta de três vilas (Visconde de Mauá, Maringá e Maromba), nos identificamos com Maringá de Minas (a vila ainda é dividida entre RJ e MG pelo rio). O local apresentava uma vegetação intensa e uma calma receptiva do lado de MG. O tempo de viagem até lá era maior do que ir a Lumiar e por isso íamos uma vez por mês. No início, a subida da serra era por estrada de terra, que maltratava bastante os carros e por isso era lenta. No entanto, não deixava de ser interessante, principalmente se conseguíssemos subir durante o dia para apreciar a vegetação. Em Visconde de Mauá começou o nosso interesse pela Serra da Mantiqueira.

Depois de asfaltarem a subida da serra de Visconde Mauá, aconteceu o esperado: aumentou o fluxo de turistas, porém nem sempre de “bons turistas”. Acredito que boa parte da beleza da região de Visconde de Mauá estava no fato de ser uma região relativamente preservada e nem todo turista tem o cuidado de deixar as coisas como foram encontradas.

Mais recentemente, olhamos propriedades na região de Visconde de Mauá, mas acho que já não era mais o lugar pelo qual nos interessamos no passado. Ao longo de muitos anos continuamos viajando por diferentes cidades na Serra da Mantiqueira, tentando encontrar um local que despertasse nossos interesse. Nessa busca quase sempre optamos por viajar durante a semana para ver como era a vida local. Observávamos se havia um comércio local, as cidades próximas, onde comer e muitas vezes nos encontrávamos em “cidades de turistas” que funcionam somente aos finais de semana e ofereciam muito pouco nos dias úteis. 

Em Visconde de Mauá fizemos amigos e nos hospedamos em locais que de alguma forma influenciaram nossas vidas atuais. Se alguém quiser conhecer o lugar recomendo a Pousada Jardins do Passaredo em Maringá de Minas, de propriedade dos irmãos Marcelo e Cândido, que é um lugar bem charmoso e de bom gosto. O Marcelo nos influenciou bastante no gosto musical e também tem boas histórias para contar.

Passamos a intensificar a nossa busca e frequentamos ao longo do tempo os três estados cortados pela Serra da Mantiqueira. Também fomos aperfeiçoando nossa perspectiva sobre o local que queríamos.  Algumas das cidades que visitamos foram Gonçalves (MG), Delfim Moreira (MG), Cristina (MG), Maria da Fé (MG), Itatiaia (RJ), Santo Antônio do Pinhal (SP), entre muitas outras.

Depois de mais de 20 anos do início de nossa procura várias coisas contribuíram para decidirmos por uma mudança de vida e nesse momento avaliamos que dos três estados que são permeados pela Serra da Mantiqueira, um deles possuía uma situação econômica estável. Juntando tudo, acabamos escolhendo São Bento do Sapucaí, no estado de São Paulo, como nossa nova morada. Cidade pequena no alto da Serra da Mantiqueira, poucos habitantes e com vegetação e clima bastante aprazível. São Bento do Sapucaí é mais conhecida com lar da Pedra do Baú e por ser vizinha de Campos do Jordão, mas possui diversos atrativos para os praticantes de escalada, corrida de trilha, mountain bike, trekking, além de algumas boas opções gastronômicas, vinícolas e cervejarias nas proximidades. Fica ainda a cerca de 3h da cidade de São Paulo, tornando-se um bom local para aquela fuga de final de semana, apesar de muitos acharem que somente um final de semana é muito pouco para explorar o local. Se acertamos ou não, somente o tempo irá dizer.

Uma Breve Apresentação

Eu, engenheiro, e ela, advogada.

Este blog é para compartilhar um pouco da nossa experiência de mudança de vida. Não muito pois se quiserem mais detalhes vão ter que vir se hospedar em nossa pousada e conversar pessoalmente conosco.

A paixão pela Serra da Mantiqueira começou ainda no tempo de faculdade. Numa época um pouco menos insegura onde podia se viajar mais tranquilamente à noite sem medo de ser “abordado” nas estradas. Nesta época conhecemos Visconde de Mauá. Já havíamos ouvido falar muito do local, como destino hippie no passado, e ficamos absolutamente empolgados com o local em nossa primeira viagem, que levou nada menos que 4 horas. A subida da serra ainda não era asfaltada e a estrada não era das melhores. Realmente só ia quem gostava muito do lugar. E assim voltamos inúmeras vezes, sem e com asfalto. Após o asfaltamento da estrada o tempo de viagem caiu pela metade mas com ônus ao local pelo aumento de turistas, nem sempre com espírito de preservação do local.

Recém formados, até prospectamos algumas propriedades no local mas nos faltava maturidade na época. Apesar disso, acho que nunca descartamos a idéia de viver na Serra da Mantiqueira.

Me graduei em Engenharia de Telecomunicações pela Universidade Federal Fluminense e praticamente toda minha vida profissional foi em multinacionais da área de tecnologia. Período no qual tive a oportunidade de passar por mais de uma dezena de países e conhecer diferentes culturas e me expor à diferentes experiências.

Ela se graduou um pouco depois de mim em na Faculdade Nacional de Direito da UFRJ.

Após algumas décadas de “vida urbana” nos tornamos “novos rurais”, que é somente um neologismo, pois na verdade ficamos relativamente próximos de grandes centros urbanos e conseguimos comprar praticamente tudo pela internet.

A idéia aqui não é fazer um relato cronológico de nossas vidas mas sim compartilhar informações que podem ser úteis para outras pessoas. Queremos ajudar dando informações que não conseguimos durante nossa dura, acidentada mas bem sucedida jornada. Meu lema sempre foi “não é porque não existe que não pode ser feito” e segui-lo sempre trouxe bons resultados.